A
mãe de um bebê de 11 meses registrou queixa na Delegacia de Maricá (82ª
DP) por maus-tratos ao filho em uma casa que, segundo ela, funciona
como creche clandestina, no município da região dos Lagos. Segundo
Samara da Silva de Carvalho, de 18 anos, a filha da dona da creche
entregou uma foto com imagens do filho dela amarrado e de uma outra
criança, de apenas 1 ano e 2 meses, amordaçada. De acordo com a jovem, a
polícia e o Conselho Tutelar estiveram na suposta creche, que fica no
distrito de São José de Imbassaí, e não encontraram nenhum flagrante.
Dois dias após a denúncia, a mulher e a família abandonaram a casa.
Samara disse que deixava os filhos, o bebê e uma menina de três anos, na
suposta creche por falta de opção de escolas para crianças no
município. Ela pagava R$ 110 para cada um ficar entre 8h e 17h com a
dona da casa. A mãe conta que nunca suspeitou da dona da suposta creche e
que ficou horrorizada quando viu as fotos das crianças torturadas.
— Meu filho de 11 meses estava com a boca toda queimada, chegava a
soltar uma pele branca por dentro, com um corte no rosto e as pernas
arranhadas. A própria filha da dona da creche contou que a mulher dava
comida fervendo para as crianças. Ele estava com as mãozinhas amarradas
para trás como se fosse um marginal. A outra criança estava amordaçada
com um pano na boca. Minha filha de três anos contou que ela puxava os
cabelos dela e a xingava de vagabunda.
Segundo Samara, a filha tinha medo de falar sobre os maus-tratos, pois a
dona da creche ameaçava as crianças. Minha filha não queria contar
nada, quando eu soube dos maus-tratos. Ela dizia que era ameaçada pela
mulher. A jovem contou que, para se livrar das acusações, a dona da
creche teria coagido a filha a assumir a culpa pelos maus-tratos. Ela
tem uma gravação da conversa das duas.
A polícia recolheu as fotos, o CD com a gravação da conversa e outros
objetos da suposta creche clandestina. Todo o material será levado para
perícia no ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli). Samara diz
que não vai abandonar o caso enquanto a mulher não for presa. Espero
justiça, espero que ela seja presa. Não vou desistir do caso. Até agora,
pelo que sei, a polícia não deu ordem de prisão para ela. O que mais é
preciso para comprovar que ela torturou as crianças?
Até a publicação desta reportagem, o advogado da dona da creche não foi localizado.
Fonte: R-7
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