Trinta e cinco pessoas foram encontradas em situação de 'trabalho escravo'
O
Ibama interrompeu 30 áreas onde aconteciam desmatamentos ilegais de
terra durante os últimos 60 dias no Pará. Esse é o principal resultado
da operação 'Soberania', realizada pelo Instituto. Foram aplicados
quase 9 milhões em multas na região de influência de Novo Progresso,
que inclui o município de Trairão, o sul de Itaituba e dois distritos
de Altamira, Castelo dos Sonhos e Cachoeira da Serra, no oeste do Pará.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (3). No mesmo período
ainda foram embargados 2 mil hectares de áreas desflorestadas
irregularmente e apreendidos três mil metros cúbicos de madeira (cerca
de 150 caminhões cheios).
Em apenas uma das áreas, um desmate localizado no interior da Floresta Nacional (Flona) de Altamira, foram derrubados 1.440 hectares de florestas nativas (área equivalente a aproximadamente 1,4 mil campos de futebol) e apreendidas 20 motosserras.
Com 689 mil hectares, a Flona de Altamira é uma das maiores áreas de floresta não perturbadas da Amazônia Oriental. Os fiscais chegaram de helicóptero ao local de difícil acesso, mas precisaram passar a noite na mata para interromper a ação dos desmatadores. Com o apoio de homens da Força Nacional, os agentes desmontaram cinco acampamentos, apreenderam combustível, mantimentos, armas e retiraram 35 pessoas (entre elas duas crianças) do interior da Flona.
Os trabalhadores afirmaram que foram arregimentados por um 'gato' em Anapu e trazidos diretamente para o desmatamento. Eles viviam isolados na área e trabalhavam em condições subumanas, dormindo sob lonas, consumindo caça e água sem tratamento. A ordem dada pelo encarregado do desmate, segundo eles, era derrubar cinco mil hectares de floresta e começar a formar uma pastagem para gado. Um dos responsáveis pelo dano ambiental à Flona já foi identificado e multado em R$ 7,2 milhões.
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