As polícias Federal, Militar e Civil, juntamente com o Ministério
Público do Trabalho vão investigar a denúncia sobre a existência de
trabalho escravo em uma fazenda localizada há 60 km da BR-163, distrito
de Morais Almeida, em Itaituba.
Segundo o Coronel Josafá Borges, comandante de Policiamento Regional da
PM (10º CPR), a denúncia de trabalho semelhante a escravo foi recebida
por um grupo de policiais que desenvolvia uma operação de rotina às
proximidades do distrito, na divisa dos municípios de Itaituba e Novo
Progresso, Oeste do Estado. A denúncia aponta que pelo menos trinta
trabalhadores estariam sendo forçados a trabalhar em condições subumanas
em uma derrubada de centenas de hectares de árvores, sob as ordens de
um homem identificado apenas pelo pré-nome de Giovane, o qual seria dono
de um Hotel Miranda em Novo Progresso.
Valdo Luiz; Daniel Macedo e João Rodrigues.
Os trabalhadores relataram que foram trazidos por Erenilton Lima da
Silva, vulgo “MARABÁ” função de recrutar os trabalhos e conhecida como
GATO, os trabalhadores são das cidades de Santana do Araguaia e Anapú,
Sul do Estado, sob a promessa de receberem salários na média de R$ 660
mensais. Porém, contam que ao chegarem à fazenda foram forçados a dormir
embaixo de árvores, além de pagar pelo alimento, combustível usado nos
motosserras e até peças que eventualmente quebravam. Três trabalhadores
disseram ter conseguido fugir pelo meio da selva e encontraram os
policiais.
Marabá o "Gato"
Os trabalhadores Valdo Luis Ribeiro, 45 anos, Daniel Macedo dos Santos,
27, e João Rodrigues de Farias, de 36 anos, vão ser convocados como
vítimas e testemunhas, para uma operação de resgate do restante dos
trabalhadores que ainda permanecem no local, onde a suspeita de trabalho
escravo é cada vez mais forte. “Em depoimento preliminar, os homens
relataram que, na fazenda, as ordens eram para fazer uma derrubada
completa, incluindo madeiras nobres e até castanheiras, o que configura
crime ambiental”, apontou o coronel Josafá Borges. Além disso, eles
foram orientados a fugir a qualquer sinal da presença da polícia.
Valdo Luis que fugiu da Fazenda.
O homem acusado de contratar os trabalhadores assumiu que era
responsável pelo trabalho. Com base nos relatos dos trabalhadores, a
polícia efetuou a prisão dele. Erenilton Lima da Silva, de 40 anos,
assumiu a culpa, mas disse que também era forçado a cumprir a função de
“gato”, que, na gíria policial, significa a pessoa responsável por
contratar trabalhadores escravos, mediante as promessas.
Marabá com os trabalhadores
Os policiais militares que foram procurados pelos trabalhadores fizeram
fotos e vídeos para reforçar a denúncia. O caso já foi comunicado ao
Ministério Público do Trabalho, à Justiça do Trabalho, à Justiça Federal
e à Polícia Federal e também será encaminhado à Sociedade Paraense de
Defesa dos Direitos Humanos do Estado (SPDDH).
Fotos: Junior Ribeiro...
Texto: Repórter Mauto Torres de Itaituba-PA
Nenhum comentário:
Postar um comentário