sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Homens eram mantidos em regime de escravidão em Fazenda de Itaituba- PA



As polícias Federal, Militar e Civil, juntamente com o Ministério Público do Trabalho vão investigar a denúncia sobre a existência de trabalho escravo em uma fazenda localizada há 60 km da BR-163, distrito de Morais Almeida, em Itaituba.
Segundo o Coronel Josafá Borges, comandante de Policiamento Regional da PM (10º CPR), a denúncia de trabalho semelhante a escravo foi recebida por um grupo de policiais que desenvolvia uma operação de rotina às proximidades do distrito, na divisa dos municípios de Itaituba e Novo Progresso, Oeste do Estado. A denúncia aponta que pelo menos trinta trabalhadores estariam sendo forçados a trabalhar em condições subumanas em uma derrubada de centenas de hectares de árvores, sob as ordens de um homem identificado apenas pelo pré-nome de Giovane, o qual seria dono de um Hotel Miranda em Novo Progresso.
Valdo Luiz; Daniel Macedo e João Rodrigues.
Os trabalhadores relataram que foram trazidos por Erenilton Lima da Silva, vulgo “MARABÁ” função de recrutar os trabalhos e conhecida como GATO, os trabalhadores são das cidades de Santana do Araguaia e Anapú, Sul do Estado, sob a promessa de receberem salários na média de R$ 660 mensais. Porém, contam que ao chegarem à fazenda foram forçados a dormir embaixo de árvores, além de pagar pelo alimento, combustível usado nos motosserras e até peças que eventualmente quebravam. Três trabalhadores disseram ter conseguido fugir pelo meio da selva e encontraram os policiais.
Marabá o "Gato"
Os trabalhadores Valdo Luis Ribeiro, 45 anos, Daniel Macedo dos Santos, 27, e João Rodrigues de Farias, de 36 anos, vão ser convocados como vítimas e testemunhas, para uma operação de resgate do restante dos trabalhadores que ainda permanecem no local, onde a suspeita de trabalho escravo é cada vez mais forte. “Em depoimento preliminar, os homens relataram que, na fazenda, as ordens eram para fazer uma derrubada completa, incluindo madeiras nobres e até castanheiras, o que configura crime ambiental”, apontou o coronel Josafá Borges. Além disso, eles foram orientados a fugir a qualquer sinal da presença da polícia.
Valdo Luis que fugiu da Fazenda.
O homem acusado de contratar os trabalhadores assumiu que era responsável pelo trabalho. Com base nos relatos dos trabalhadores, a polícia efetuou a prisão dele. Erenilton Lima da Silva, de 40 anos, assumiu a culpa, mas disse que também era forçado a cumprir a função de “gato”, que, na gíria policial, significa a pessoa responsável por contratar trabalhadores escravos, mediante as promessas.
Marabá com os trabalhadores
Os policiais militares que foram procurados pelos trabalhadores fizeram fotos e vídeos para reforçar a denúncia. O caso já foi comunicado ao Ministério Público do Trabalho, à Justiça do Trabalho, à Justiça Federal e à Polícia Federal e também será encaminhado à Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos do Estado (SPDDH).
Fotos: Junior Ribeiro...
Texto: Repórter Mauto Torres de Itaituba-PA

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